E agora, os bares ficaram mais higiênicos, as comidas ficaram mais caras, as músicas ficaram mais chatas, os telefonemas - Para quê existe o telefone? Para operadores de telemarketing te ligarem oferecendo minutos de uma companhia que você até tenta, no seu desespero, tornar agradável e amistosa. Para que o(a) atendente lembre-se de você. Para que você se sinta vivo. Nem que seja só um pouco.
O dia vai passando, o almoço requentado sustenta mas não satisfaz, o serviço cansa, as injustiças do serviço cansam mais ainda - o Zorra Total, aquele funcionário chato, mas que faz gracinhas que os chefes gostam; O protegido, o passa rasteira, o injustiçado, o pobre, o descontrolado... E todos são um pouco de você.
Chega a noite. Um banho para tirar a lama dos ombros. Facepalm. A janta [requentada] satisfaz, já que cansaço tira a sanidade. Deita. Olha para o teto, se lembra dos amigos, dos parentes, das músicas, dos desenhos japoneses, dos bares podres, mas com boas pizzas. A lágrima meio que quer descer, mas parece que volta. A oração resume-se a pedir pelo bem de todos eles, e por um pouco de brilho para si mesmo. E que tudo esteja bem com ela [ela mesmo, aquela que você amou igual a um idiota numa época distante da sua vida, e que agora está seguindo a vida dela. será que ela está pensando em você também?]... E o sono.
Despertador. Começa mais um dia. Facepalm.